terça-feira, 18 de agosto de 2009

Socas & Carroças

Nunca os transportes públicos da Região deram tanto que falar. Principalmente os transportes marítimos. Depois do fracasso que foi o processo os navios Atlântida e o Anticiclone (não dado ainda por terminado), os esforços em procurar um navio para fazer as viagens deste verão resultaram na descoberta do Viking, nos portos de Inglaterra. Porém, este Viking nada tinha de destemido, e cedo começou a mostrar um historial de mazelas. Ainda assim, veio fazer companhia ao repetente Express Santorini, que, há coisa de dias, contribuiu para mais um incidente a juntar aos anais do transporte marítimo nestas pacatas ilhas. Mas, se os sustos que os navios proporcionam já não fossem suficientes, surgiram contestações nos funcionários da Atlânticoline. O "problema de organização do trabalho"  resultou num mal-estar dos tripulantes do navio Viking, que se queixam de trabalhar horas a mais. 

Outra situação ainda fresca, mas não tanto como aparenta ser, uma vez que é um problema que tem surgido todos os anos, diz respeito à venda de bilhetes, que, enganadamente, em alguns balcões de venda, são dados como esgotados. A isto junta-se a falta de cumprimento das regras quanto aos bilhetes vendidos aos portadores do cartão Interjovem. Mais, quem é que não diz que um individuo que, ao ter a possibilidade de comprar bilhetes a 1€, acabe por comprar bilhetes que depois não os vai usar, resultando isto numa errada taxa de ocupação dos barcos. São pormenores destes que fazem os transportes marítimos andarem numa organização desorganizada. Uma solução para os individuos com bilhetes de 1€ que não fazem uso deles seria fazê-los pagar a valor normal dos bilhetes para o destino que não chegaram a ir, prejudicando outros que o poderiam ter feito.  

A campanha eleitoral para a Câmara Municipal de Ponta Delgada tem gerado algum zum-zum sobre os transportes colectivos terrestres, vulgo autocarros (caminoetas para quem preferir). Depois de um projecto de uma central subterrânea de camionagem proposta por Berta Cabral, aparece uma mudança de planos, nomeadamente do local a ser construida, local este contestado pelo seu opositor Paulo Casaca. Certo é que uma central de camionagem nem tão cedo Ponta delgada terá, visto a falta de consenso e de um projecto viável. Ainda assim, não só o concelho de Ponta Delgada como o resto da ilha de São Miguel tem uma boa rede de transportes colectivos, ao contrário de outras ilhas do arquipélago.

Resta-nos opinar sobre o transporte aéreo.  Foi recentemente notícia o interesse das companhias de low-cost Easyjet e Ryanair em fazer ligações para a Região. Ao cumprir-se, será uma excelente oferta para os açorianos e os que têm interesse em visitar o Arquipélago. Contudo, é preciso também reconhecer que os preços que a SATA tem praticado (146€ Ponta Delgada - Lisboa, por exemplo) desceram significativamente, comparados aos de um par de anos atrás. Mas não deixa de ser insatisfatório, principalmente quando vemos a mesma empresa a fazer Funchal - Lisboa por menos 100€, facto que se deve à concorrência das empresas low-cost. Uma outra realidade, esta bem mais negra, é a das viagens interilhas, que, talvez por falta de concorrência mantém-se a preços proibitivos. 

Para terminar, e já que falamos em transportes, importa referir que a partir desta quarta-feira o combustível estará mais caro. Uma situação que continua a ser vergonhosa e um atentado à inteligencia de todos nós. Tema pois para voltar a ser tratado numa outra altura, nosso Senhor o permita.

Boa semana para todos. 

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