quinta-feira, 24 de setembro de 2009

Separados à nascença #6


Durão Barroso e Eusébio, o camelo. Decorria o ano de 2002 e o homem que tinha a certeza que iria ser primeiro-ministro é de facto, por artes e manhas,  eleito para o cargo, numa coligação PSD-CDSPP. Os seus dois anos de governação foram marcados por episódios que ninguém gosta de recordar, como as políticas de contenção de despesa pública, onde se inclui o discurso da tanga ou a Cimeira das Lajes, em 2003, que marcou o inicio da guerra contra o Iraque. Mas Barroso não se mostrou durão e, fugindo às suas responsabilidades, muda-se para Bruxelas, assumindo a presidência da Comissão Europeia, cargo que ninguém sabe ao certo para que serve, mas é extremamente abonatório, a nível financeiro, para quem o ocupa. Ainda na sua infância, Eusébio, um camelo magrebino, é trocado por uma sogra incómoda de um sheikh abastado do Bahrein. Treinado para ser o líder dos outros camelos, Eusébio começa a denotar uma certa pressão sobre si e, como não é camelo de se comprometer, foge para um jardim zoológico algures na Europa, onde passa o dia sem fazer nada, mas não deixa de ser tratado como um rei.  


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domingo, 20 de setembro de 2009

O Sabonete

Aquando da apresentação aqui do Bota Sentido, falamos naquele objecto utilizado por muito boa gente, o sabonete e foi prometido que falaríamos mais extensamente sobre ele. Pois bem, eis que chegou a hora. 

Se ainda estão a pensar porque raio é que o sabonete dá um bom tema para reflectir, dizemos já que não se trata exactamente daqueles pedaços de glicerina e óleos com mais ou menos perfume. Falamos sim num sentido figurado da palavra, com base numa expressão da terra de Sua Majestade, soft soap. O que os ingleses querem dizer com ela é prática comum um pouco por todo o mundo (Portugal, brando costumado, não lhe escapa). Trata-se da lisonja desmedida, da bajulação, expressão que por cá substitui o sabonete pela graxa.  

Ninguém negue que desconheça casos de servilismo. Na nossa vivência em sociedade, nos vários campos e nas diversas escalas, a subserviência faz parte do modo de ser de muita gente. Talvez seja por mantermos sempre relações de hierarquia - existe sempre um soberano e um súbdito - mas a verdade é que os motivos que estão por trás de tal prática nem sempre são os mesmos e tanto podem ser inocentes (às vezes até de forma inconsciente) como podem esconder interesses mais obscuros. Assiste-se a isso nas mais improváveis situações, mas é na política que toma contornos mais graves, desde as bases até às próprias relações entre os Estados. 

Numa altura em que se relega tudo que diga respeito à política, quando o agente político não detém qualquer crédito, esse tal uso do sabonete não ajuda em nada na boa convivência, interpessoal e interestadual. Não é em vão que raramente se fala em ética - arte pela qual se busca uma vida boa e feliz -, porque dela não se pode separar a razão, esta muitas vezes ofuscada.

Longe de estar na lista das virtudes, certo é que o sabonete tem acompanhado a história da humanidade e tudo indica que continuará a fazer parte dos nossos costumes.

Como sabemos, uma mão lava a outra. Com ou sem sabonete.    

quinta-feira, 17 de setembro de 2009

Separados à nascença #5

Manuela Ferreira Leite e Luís Filipe Menezes. Há voltas e reviravoltas que a vida nos prega. Não tem muito tempo quando Menezes foi presidente do PSD. Apresentava-se como uma pessoa vertical, de valor, que não cedia à maledicência dos que os rodeava, quase que fazendo dele próprio um mártir. Todavia, como qualquer político que se preze, mostrou a outra face e serviu-se das mesmas artimanhas que antes criticava. Nisto, sai da liderança do partido e dá lugar a Manuela Ferreira Leite, outra tal que, agora pelas eleições autárquicas, engendrou a Política de Verdade, porém, uma verdade por vezes ofuscada ou até mesmo inexistente, numa espécie de bipolaridade. Certo é que, se não fosse a farta cabeleira de uma (e o recente uso de baton vermelho - nada nos diz o contrário da hipótese de Menezes também usar baton vermelho e uma farta cabeleira na intimidade), poderíamos realmente dizer que foram separados à nascença.


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terça-feira, 15 de setembro de 2009

Back in Business

É verdade. O Bota Sentido esteve encerrado por uns dias, por indisponibilidade do seu autor. Certamente que ninguém deu por isso mas, para os poucos que botam cá a vista, prometemos voltar ao activo.

Entretanto, muito se passou. Se os debates políticos na televisão surpreenderam muita gente, mais surpresos hão-de ter ficado com a entrevista a José Sócrates no novo programa dos Gato Fedorento. Ver-se-á se se repete a dose esta noite com Manuela Ferreira Leite.

A Gripe A continua de saúde, perdoe-se a expressão. As farmaceuticas e as empresas de higiene agradecem. 

Depois de um Verão que não o foi, surge aquela que é a melhor notícia no plano regional. A operação da AtlânticoLine terminará na próxima semana. Seja pelas alminhas!

Para terminar, um agradecimento ao vizinho Jordão por ter dado destaque por duas vezes à nossa rubrica 'Separados à Nascença'. É bom saber que alguém a acompanha e a dá a conhecer. Depois das últimas duas edições, a fasquia elevou-se e, o que no princípio parecia fácil, cedo se mostrou mais complicado de prosseguir. No entanto, continuaremos com ela, já na próxima quinta-feira. Lembramos ainda que podem participar, enviando as vossas sugestões para botasentido@gmail.com.